
Pesquisadores da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros (Facit) estão trabalhando num projeto de pesquisa que pode abrir um novo mercado para a glicerina coproduto do biodiesel. Usando glicerina, fibras da casca de coco e fécula de mandioca, os cientistas desenvolveram um material capaz de substituir o MDF – chapas fabricadas a partir de fibras de madeira.
O produto poderia ser uma alternativa mais barata – e ambientalmente correta – a as indústrias moveleira e de construção civil. Além de dar destinação nobre para resíduos gerados por outras cadeias produtivas, o novo processo também evita o uso de resinas sintéticas tóxicas como ocorre na fabricação do MDF.
Para substituir as resinas, os pesquisadores desenvolveram um polímero natural a base de fécula de mandioca e glicerina bruta. “Obtivemos ótimos níveis de plasticidade e polimerização após a incorporação da liga à fibra de coco”, explica a pesquisadora responsável pela iniciativa Christina Soares Oliveira. Ela acrescenta que esse novo uso é interessante para usinas de biodiesel uma vez que sua glicerina enfrenta certa resistência em clientes mais sensíveis como a indústria alimentícia ou farmacêutica, que tendem a evitar o coproduto do biodiesel pelo risco de contaminação por metanol.
Os painéis fabricados pelos pesquisadores mineiros são totalmente biodegradáveis e estão passando por testes para avaliar sua performance. Os pesquisadores estão em busca de um parceiro interessado em industrializar o produto.
O projeto de pesquisa da Facit contou com o apoio do Sebrae Minas e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A pesquisa está sendo desenvolvida desde 2009.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações da Agência Sebrae